quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A LEITURA COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO

O hábito de ler / publicar
(Achel Tinoco)
A falta de apoio à cultura no Brasil é algo que mereceria um estudo especial, basta observarmos os cadernos especializados dos principais jornais de Salvador, por exemplo, que apenas fingem abordar o assunto. A começar, confundem horóscopo e festinhas de aniversário com cultura e são preconceituosos e modestos quando é para falar de livros, principalmente se o livro for de um autor baiano. O escritor daqui não dispõe de nenhum espaço, nem nos jornais, muito menos na TV, para mostrar os seus trabalhos, expor suas idéias, pontos de vista, e contribuir com alguma opinião relevante sobre algum tema em tela.Nenhum aprendizado pode ser comparado à leitura, fonte inesgotável de aptidões, que nos faz pensar. Simplificar essa falta de hábito dos brasileiros, dizendo apenas que aqui não se gosta de ler, é no mínimo uma incoerência e falta de respeito por aqueles que não têm oportunidade de freqüentar uma sala de aula, por puro descaso dos governantes. Na Bahia, para se ter uma idéia, mais de três milhões de analfabetos convivem com a escuridão, sem saber assinar o próprio nome, exatamente por falta de uma política educacional séria, que lhes mostrem a luz das letras. O dinheiro público, utilizado para levantar tantas obras faraônicas e eleitoreiras - quando não é desviado - bem que poderia construir escolas e bibliotecas, para formar o cidadão e o inserir no mundo cada vez mais globalizado. Se ler é um belo exercício de desenvolvimento, que abre os mundos e os universos, que leva você a viagens extraordinárias e ainda nos mostra a realidade, há que se incentivar a cada dia a formação de um novo leitor, mas, para isso, é preciso começar, sob pena de se formar mais uma geração que despreza os livros, que é cega, muda, surda, guiada por "cachorros-políticos".

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